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Estou decepcionado

Por Diego Nascimento*

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É comum que a palavra decepção invada nossas vidas. Geralmente chega sem aviso prévio e de maneiras que entristecem o coração. Quero compartilhar algo que aconteceu comigo no último mês. Se você faz parte do time das pessoas que se emocionam fácil, sugiro muita calma e uma caixa de lenços.

Precisei fazer uma longa viagem. Durante o trajeto optei por uma pausa para descanso em uma tradicional rede de lanchonete/restaurantes. Eu havia apenas almoçado e já estava perto do final da tarde. Peguei o prato e escolhi um pão de queijo. A fome era tanta que quis comprar mais uma quitanda. Ao longe vi uma fatia de bolo cremosa; foi paixão à primeira vista e rapidamente ela já estava em meu prato. Tranquilamente caminhei até a funcionária responsável por registrar as compras e, em seguida, comecei a saborear o pão de queijo. Segundos antes de eu partir o bolo ouvi uma voz feminina que disse: “Senhor, queira nos desculpar, mas precisarei recolher sua fatia. O alimento não está em condições de consumo. ” Quando observei com mais atenção aquele pedaço de bolo percebi que o fundo estava verde e com manchas de mofo. Como não havia mais aquele alimento disponível fui orientado a trocar por outra coisa no mesmo preço.

Não vou esconder minha decepção. Minha tentativa de matar a fome foi frustrada pela falta de profissionalismo da equipe de reposição dos salgados e quitandas. Logo após o evento segui viagem e pensei comigo: aquele foi apenas o exemplo de uma “pequena” falha que poderia se tornar um “grande” desafio. Imagine quantos itens adquirimos nos últimos dias e que não estavam em condições de venda. O Órgão de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON) recebe reclamações diárias sobre problemas diversos em prestação de serviços e produtos defeituosos. Se fizermos uma pesquisa provavelmente descobriremos casos lamentáveis do que chamo de“desrespeito programado”. A definição é simples: é quando uma pessoa ou empresa vende algo diferente do que é divulgado principalmente se o produto ou serviço não estiver em condição de uso.

Cuidado com a transmissão das informações se seu trabalho for em escritório, por exemplo. Jamais venda algo defeituoso se o cliente desconhece o fato. Isso se torna ainda mais grave quando a parte que está “do lado de trás do balcão” sabe do problema. No caso que relatei do bolo há um ponto positivo: a funcionária que percebeu o mofo na fatia teve a pró-atividade de me alertar a respeito. Ela poderia simplesmente deixar para lá, mas, ao invés disso, a jovem optou por não ser cumplice da falha.

Como um defensor da Comunicação Corporativa e das boas práticas da Ética e Conduta Profissional eu não poderia deixar essa situação passar em branco. Quis compartilhar esse caso aparentemente simples para entendermos que nossos olhos precisam estar cada vez mais atentos às situações do cotidiano. Encerro dizendo o seguinte: faça o melhor, onde quer que esteja.

Diego Nascimento é Jornalista, pós-graduado em Comunicação Empresarial Marketing e Gestão de Empresas. Atua como Gerente de Apoio Educacional do Instituto Presbiteriano Gammon, Consultor, Palestrante e Professor Universitário. Trabalhou de 2001 a 2010 na Faepe/Ufla. Seus textos são publicados em mídias impressa e digital com leitores na América Latina, América do Norte, Europa, Ásia, África e Oceania. Escreve também para o Portal Rh.com.br, Administradores.com.br e Igreja Presbiteriana do Brasil.

e-mail: [email protected]

site: www.diegonascimento.com.br

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