O intérprete
Por Diego Nascimento
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Em 2005 tive a chance de iniciar minha jornada como tradutor consecutivo: ainda dava os primeiros passos no aperfeiçoamento do Inglês como Segundo Idioma, mas a oportunidade fez com que eu entendesse a Comunicação comofator principal das relações humanas. Desde então a tradução de reuniões, palestras, aulas e até discursos faz parte da minha vida.
Seja qual for o número de pessoas presentes na plateia minha obrigaçãoé ser o mais fiel possível ao transmitir a mensagem. A tarefa é desafiadora. Preciso ter raciocínio rápido para receber a frase em Inglês, adaptar o conteúdo para o Português, decodificar para o perfil do público e finalmente ser o porta voz da informação. Tudo isso em questão de segundos. Sem sombra de dúvidas é uma grande responsabilidade. Imagine agora os profissionais da tradução que atuam em reuniões e cúpulas internacionais. Um deslize de informação pode causar a terceira guerra mundial (risos…).
É nesse espírito de “ser compreendido” que avalio a forma como eu dialogo com as pessoas ao longo do dia, principalmente no meu idioma original. Sabemos que o tom de voz pode afastar ou aproximaralguém de você. Mas faz algum tempo que tenho percebido como nossa “postura” na comunicação escrita tem o mesmo efeito. Longe de fazer uso de palavras inadequadas ou grosseiras, a forma como expomos um assunto pode trazerinterpretações equivocadas por quem lê. Cuidado ao enviar mensagens de texto via e-mail, redes sociais ou SMS do telefone celular. São dispositivos eletrônicos que não têm a capacidade de “falar” por você. Ambos não têm sentimento. Já vi casos em que um simples recado escrito causou grandes problemas de relacionamento.
Ao longo da vida somos intérpretes: nossos níveis de emoção podemcriar/ampliar oportunidades ou fazer com que mergulhemos em precipícios difíceis de serem escalados. Isso pode ocorrer dentro de casa, no trabalho, nos estudos, no trânsito, na fila do supermercado. Se perceber que alguma mensagem enviada resultará em algum desconforto para quem recebe ou para quem envia, sugiro um contato face a face ou mesmo telefônico (voz). Somos seres humanos e nosso coração é movido a emoções.
A tecnologia existe para ser utilizada. Você está lendo essa mensagem escrita (agora) justamente por causa dela. É o teor do assunto e/ou a maneira como fazemos uso da ferramenta que pode provocar um “incêndio” de grandes proporções.Onde quer você esteja lembre-se de uma coisa: “Há palavras que ferem como espada, mas a língua dos sábios traz a cura": Provérbios 12:18.
Diego Nascimento é Jornalista, pós-graduado em Comunicação Empresarial Marketing e Gestão de Empresas. Atua como Gerente de Apoio Educacional do Instituto Presbiteriano Gammon, Consultor, Palestrante e Professor Universitário. Trabalhou de 2001 a 2010 na Faepe/Ufla. Seus textos são publicados em mídias impressa e digital com leitores na América Latina, América do Norte, Europa, Ásia, África e Oceania. Escreve também para o Portal Rh.com.br, Administradores.com.br e Igreja Presbiteriana do Brasil.
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