Quem matou JFK?

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Por Diego Nascimento

Dallas, Texas. No final da manhã de 22 de novembro de 1963, a comitiva do então presidente John Fitzgerald Kennedy (JFK) avançava por diversas ruas e avenidas da capital texana. O povo estava ansioso para saudar o homem que herdara o DNA político de sua família. Mal sabiam que era uma despedida. Horas depois, ao descer a Rua Elm – Dealey Plaza, John Kennedy entraria para a história como sendo mais um presidente norte-americano assassinado em pleno mandato.

Cinquenta anos depois daquele fatídico dia voei para Dallas, nos Estados Unidos, onde pessoalmente visitei e estudei os locais envolvidos na tragédia. Acompanhado de meu amigo Dr. Lou H Campbell, refiz a rota da comitiva de Kennedy desde Fort Worth até o Parkland Memorial Hospital, local que atendeu o presidente após o atentado. Mesmo com a rápida prisão de Lee Harvey Oswald, apontado como principal suspeito pelo assassinato de JFK, muitos questionamentos e teorias da conspiração surgem a todo instante (principalmente após Lee Oswald ter sido morto dois dias depois, diante das câmeras, por Jack Ruby).

Desde que comecei a estudar o caso JFK a fundo, percebi que espalhar boatos é uma atitude degradante e que ainda marca presença em comentários maldosos a respeito, por exemplo, da vida familiar do presidente. Muitos “curiosos de plantão”, na tentativa de desvendar o enigma daquela tarde de novembro de 1963, acabam por conceber ideias absurdas capazes de prejudicar até mesmo os entes queridos que já estão sofrendo ao extremo. Quem já não passou por uma experiência assim? Eu já testemunhei várias. Uma delas está ligada ao momento político do Brasil. O atual presidente, durante a campanha eleitoral em 2018, foi esfaqueado enquanto fazia um comício no interior do país. Tão logo as imagens começaram a ser compartilhadas em redes sociais e transmitidas em todos os canais de TV, inúmeros comentários começaram a surgir, alegando que o candidato havia forjado um atentado na tentativa de sensibilizar seus eleitores. Mais tarde, uma profunda investigação conduzida pela Polícia Federal constatou que o suspeito agiu sozinho. Mesmo após a conclusão do inquérito, muita criatividade ainda perfaz o imaginário de algumas pessoas.  

Vivemos em um mundo caótico e sinto dizer que os desafios se tornarão ainda mais constantes. Se engana quem pensa que os boatos acontecem apenas em tragédias.  Os ambientes familiar e corporativo, por exemplo, estão cheios de gente que adora levantar suspeitas apenas para ver o “circo pegar fogo.” Certa vez, uma das funcionárias de uma grande empresa veio até mim em prantos dizendo que o clima organizacional estava insustentável e que ela se sentia excluída do grupo. Tomei a liberdade de apurar o contexto e, por incrível que pareça, a jovem estava sendo vítima de um boato feito por outra colega de trabalho que, maldosamente, espalhou uma notícia falsa sem antes saber o que realmente estava acontecendo.

Por fim, devemos ter todo o cuidado com o que fazemos, falamos e pensamos. Nossa mente é fértil e, sem a devida sensibilidade e bom senso, podemos estar no meio de boatos que jamais deveriam existir. O livro de Provérbios, capítulo 16, verso 28 diz: “O homem perverso instiga a contenda, e o intrigante separa os maiores amigos.” Já o capítulo 23 do livro de Êxodo inicia com a seguinte advertência: “Não espalhe notícias falsas…”

E você? De que lado está?

Nos vemos no próximo artigo. 

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