Não fez mais do que a sua obrigação

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Por Diego Nascimento*
diegonascimento.com.br

Ao longo de minha vida tenho exercido a prática do agradecimento. Tudo bem: sei que essa é uma regra básica do cotidiano para o bom relacionamento interpessoal. Pelo menos na teoria. Conheço gente que é afiliada ao grupo que diz “não fez mais do que a sua obrigação. ” Eu repudio esse tipo de pensamento. Seja na linha da gentileza ou parte da agenda diária de atividades no trabalho, um “Muito obrigado” é a ponte para o senso de acolhimento tão necessário na era pós-moderna.

Contarei de duas experiências: uma antiga e outra recente. A primeira trata de uma tarde de diálogos que tive com o ex-goleiro Taffarel. Isso mesmo. Taffarel foi aquele atleta que defendeu os pênaltis na Copa do Mundo de 1994 e fez parte do elenco tetracampeão no futebol de campo. Recordo, como se fosse ontem, a atitude de companheirismo e liderança exercida por ele. Isso foi fundamental para o trabalho em equipe que resultou em mais um título para o Brasil. Anos mais tarde, em certo momento de nossa conversa, expressei o meu “Muito obrigado” ao homem que viu de perto o jogador italiano Roberto Baggio errar um chute histórico e que poderia redefinir a coleção de estrelas no lado esquerdo da camisa da Seleção Brasileira de Futebol.

A segunda experiência envolve algo inédito. Aos sete anos de idade sofri uma queda no intervalo das aulas. Como toda criança eu gostava de correr pelo pátio. Mas nesse dia choquei o joelho esquerdo violentamente contra o chão e instantaneamente lágrimas e muita dor decidiram fazer companhia à minha pessoa. Com total instinto materno uma das funcionárias da cantina me conduziu para um local mais calmo e, com métodos caseiros, preparou um refrescante líquido que contribuiu significativamente para minha calmaria e cura. Essa cena ficou marcada em minha mente. Mudei de escola e nunca mais vi aquela senhora. Vinte e três anos mais tarde, ao caminhar pela rua em minha cidade, reconheci um rosto no ponto de ônibus. Com a idade avançada a funcionária da cantina estava aguardando a condução para retornar ao lar. Não pensei duas vezes: fui até ela e disse: “Certamente a senhora não se recorda de quem sou. Duas décadas atrás sua atitude trouxe paz ao coração de um garotinho que chorava copiosamente depois de um tombo na escola. O menino cresceu e está agora conversando contigo para dizer o mais sincero “Muito obrigado. ” Foi uma cena emocionante.

Se no mercado de trabalho a gentileza sincera pode se tornar um diferencial, o que dizer da própria Bíblia que nos orienta a agradecer sempre? O livro de Tessalonicenses, capítulo 5, verso 18, inicia com um direto e profundo “Em tudo dai graças …”. Avalio que esse tipo de atitude esteja nas pessoas que fazem do bom senso um parceiro diário. Quer uma dica que vale a pena? Conscientize os que estão à sua volta sobre os benefícios do verbo agradecer. As recompensas serão inimagináveis. Pratique essa ideia!

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