Personalidade Gammonense – Karol Salum
“Com o lema, “Dedicado à Glória de Deus e ao Progresso Humano”, os fundadores do Instituto trouxeram uma concepção de ensino voltada não somente para a vertente do conhecimento, mas também para a formação de valores, principalmente aqueles relacionados à ética cristã reformada. O Instituto Presbiteriano Gammon atende crianças desde a Educação Infantil até o Ensino Superior, com infraestrutura preparada para todas as etapas do desenvolvimento dos alunos.” Da internet
Fazer parte do quadro Personalidade Gammonense, está sendo para mim além de um desafio à memória, uma grande honra e um mergulho com muito saudosismo e alegria, embora não tenha grandes conquistas ou feitos durante minha vida, que mereça esse privilégio.
De como começou
Minha história verde e branco começa em 1955, quando eu já respirava os ares gammonenses através da minha mãe, Prof Yonne, que além de ter sido da primeira turma de formandas do curso Normal, logo já começou a dar aulas nesse educandário. Creio que foi quando comecei a fazer parte do colégio.
Dos professores/Funcionários
A primeira professora, em 1961 no Jardim da Infância, foi Rosaly Pádua. Depois D.Belisa Romeiro, (afinal não poderia ser diferente…creio uma minoria não ter sido alfabetizada por essa grande mestra!) no primeiro ano primário.
Fiz o admissão com d. Juracy de Souza, uma professora muito enérgica, mas que depois de adulta passei a admirá-la com amizade.
Impressionava-me a facilidade com que ela desenhava os mapas ao longo dos quadros-negros existentes nas amplas paredes da nossa sala no prédio do Carlota Kemper…E quantas vezes ela não tinha que retocar os seus desenhos, pois destruíamos parte dos mapas feitos com tanto carinho e capricho..
Alguns dos professores ao longo da minha vida escolar foram: Prof. Waldir (Matemática), D. Lourdes (Francês), Prof. Louzada (Geografia e Ciências), Dr. Almir Paula Lima (História e Moral e Cívica), Prof. Jeová Medeiros (Química e Física), D. Marta Ribeiro (Português), D. Nely Furbetta Pinheiro (Português), Rev. Randolf Harrison (Religião), Prof. Sinval Silva (Religião), D. Lucinda De Muzio (Inglês), D. Ângela Paula Lima ( História), Prof Renato (Desenho), Prof Edna de Campos Lima( Educação Física); d. Bida (Educação Artística); D. Margaret Carnahan (culinária); José Alves; Victor ( Matemática), Zélia Medeiros (Datilografia, d. Dagmar Gambogi (Puericultura), d.Esmeralda Menicucci ( Educação Musical). Na secretaria, a Noemi Silva e Glícia.
Foram Eduardo King Carr, Prof Roberto Coimbra, Rev. David Lehman, Júlio Romeiro, Prof Almir Paula Lima, Rev. José Costa, Diretores/Reitores em suas respectivas épocas. Na Escola Carlota Kemper, d.Leonor Botelho /Laura. Lembro da d.Leonor com seu lencinho preso na corrente do relógio de pulso
Minhas professoras de piano, d. Martha Mazzochi, d.Cecília Veiga e anos mais tarde, Victória Lembi. Tia Irani cuidava da ordem no departamento de Música e o copiar as partituras musicais, além de conduzir junto com d.Elvina, as meninas fora do internato.
Também Sr Sebastião Calixto ou “Seu” Tião, e o Black, personagens sempre presentes no dia a dia do colégio, Dario Costa como disciplinário, arrebanhando os fugitivos no Bar do Estudante, que cabulavam aulas para tomar um refrigerante com mixto quente.
Das curiosidades
O Gammon não fez parte só da minha vida escolar, pois mesmo nos períodos de férias, passar o dia na chácara, andando de bicicleta, aventurando pelos campos era um deleite. Na época do Prof David Lehman, era muito amiga da sua filha Ellen e como eles moravam lá dentro, às vezes eu nem saia depois que terminava as aulas. Já passava o dia na chácara. Meus primos vindos de Brasília para férias escolares, também gostavam muito de passar o dia pelos campos do colégio.
Como disse no início, não tive grandes conquistas profissionais… perambulei pelo científico, secretariado no período noturno, e acabei fazendo o terceiro Normal no Colégio Estadual Central, hj Escola Municipal Dr.Dâmina, justamente no ano quando acabou o curso no Gammon. Aliás, minha paixão, por isso…não ter concluído minha vida escolar nesse educandário.
Logo depois mudei para Belo Horizonte, onde dei aulas de Recreação Musical no Colégio Metodista Izabela Hendrix, depois um período pequeno no Gammon, para o terceiro Período. Nesse ano, casei-me e mudei-me para Campinas onde trabalhei na Escola Comunitária, dando aulas também de Recreação Musical para o Infantil. Nesse período, já tinha um filho e tempos depois grávida do segundo, mudamos para Belo Horizonte por conta de trabalho do marido. Foi quando resolvi não voltar a trabalhar e dedicar totalmente ao meu lar. Uma decisão que não me arrependi, pois possibilitou-me acompanhar de perto e vivenciar cada etapa do crescimento dos meus filhos.
Mas ao longo desse período, quando não viajávamos em família no período de férias escolar, eu ia para Lavras possibilitando meus pais de terem um tempo especial com os netos. O mais velho inclusive, consegui com que ele “estudasse” por uma semana, na classe de 2 anos, com direito a uniforme, merendeira e material escolar…
Era um colégio diferenciado em sua grade curricular, pois além das matérias obrigatórias, tínhamos aulas extras geralmente no período da tarde. Os rapazes aprendiam ofícios de carpintaria, sapataria, selaria, tipografia. E as meninas aulas de puericultura, arte culinária, bordados etc…:
1ª do Ginasial , Aula de costura, artesanatos
Aprendia-se a cortar e costurar, inclusive as alunas confeccionavam roupas pessoais
2ª serie, Nutrição e cozinha
Com aulas práticas, faziam-se biscoitos, docinhos, depois distribuídos; aprendia-se a por uma mesa corretamente, etiqueta à mesa, uso dos diferentes talheres. Na cozinha, as aulas eram integradas: teoria e pratica valor nutritivo dos alimentos.
3ª serie Decoração de casa Nas aulas, revistas coloridas norte-americanas eram usadas, a fim de exemplificar as mesmas.
4ª serie Puericultura Lembro das aulas de noções básicas de higiene, saúde, onde aprendemos a dar injeção ( utilizávamos um mamão para isso). Era um preparar para a vida no geral.
O Colégio foi realmente um marco forte não somente nas vidas dos que por ali passaram, mas na cidade também.
A Semana de aniversário em agosto era comemorada por todos. Lojas montavam suas vitrines em verde&branco, exibindo troféus e bandeiras; faixas alusivas à data eram estendidas ao longo das ruas; até o ar respirado naquele período era diferente. Em junho/julho, intensificavam-se os ensaios da Fanfarra, ouvindo-se ao longe o rufar dos tambores; das ginásticas femininas geral e especial, e os atletas se esmeravam nos treinos.
No dia do desfile, a Fanfarra subia pela r.Direita até o Colégio Carlota Kemper, onde as internas e os alunos do Primário já aguardavam em pelotões para descermos juntos até o “campão” no IG para o desfile oficial, com hasteamentos de bandeiras, discursos de homenageados, coreografias das balizas, etc.
Era realmente uma semana emocionante para todos. Colégios da região e “de fora” vinham participar dos jogos, desfiles, shows, e tudo terminava no domingo com o culto de Ação de Graças no auditório Lane-Morton e depois o almoço do ex-aluno. Aí era o momento das despedidas, dos choros, das promessas de um novo encontro dali um ano…
Como disse no início, não tive grandes conquistas profissionais, mas o Gammon foi um marco para minha vida toda e sou muito grata por fazer parte da Família Gammonense