Minha ligação com o Instituto Presbiteriano Gammon vem de muito tempo. Meu pai sempre quis que estudássemos no Gammon, desde que nascemos. Morávamos num garimpo em Rochedo (MS) e as dificuldades financeiras e de locomoção eram muitas. Mesmo assim, em meados da década de 40, ele trouxe a filha mais velha (somos seis filhos) para o internato no Kemper. Trazia no começo do ano e vinha buscá-la no final do ano letivo. Poucos anos depois foi a vez da segunda filha. Repetia-se o mesmo esquema. Nesse meio tempo, meu pai já se tornara conhecido pelos dirigentes do Instituto e recebeu convite para trabalhar no colégio. Assim viemos todos para Lavras indo depois de alguns meses morar na casa da Avenida 20 de Julho (atual Avenida Pedro Salles) cujo quintal era dentro do colégio e havia uma escada lateral (hoje aterrada) de acesso à chácara. Meu pai dedicou toda sua vida em Lavras ao trabalho no Instituto Gammon e minhas duas irmãs mais velhas ainda permanecem no Colégio: a Vandinha como funcionária e a Vanilda como voluntária no trabalho de preservação da memória e de congregar os ex-alunos. Além da gratidão pela formação escolar que tive nos 12 anos em que estudei no Gammon (do primeiro ano primário até o terceiro ano científico) tenho também uma ligação sentimental porque nesses anos minha vida girou em torno do colégio. O nível do ensino era tão alto que possibilitou a muitos alunos o ingresso em importantes universidades do país sem a necessidade de cursinhos preparatórios. No meu caso passei direto no vestibular da Universidade de São Paulo (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras – USP) onde recebi o título de Bacharel em Biociências. Procurando demonstrar meu apreço pelo que o Instituto Gammon representa para mim, escrevi dois livros sobre a Instituição. Um deles, “Amizades que Fazemos”, tem tom memorialista e abrange os anos em que ali estudei. No segundo, “Instituto Gammon”, conto através de uma longa pesquisa a história desse Colégio desde a ideia de enviar missionários para o Brasil até o início da década de 60 quando houve a transferência do mesmo para a Igreja Presbiteriana do Brasil e posterior federalização da ESAL, sua escola de agronomia. Atualmente, aposentado, resido na região metropolitana de Curitiba onde desenvolvo um trabalho voluntário com cães de rua. Todos os anos volto à “Casa de Samuel Gammon” em agosto para a festa de confraternização no aniversário do Colégio.
Segunda série ginasial – 1957. Estou ajoelhado à esquerda
Formatura na quarta série ginasial . Paraninfo: Tancredo Neves – 1959
Na primeira casa à direita residi durante os anos em que estudei no Gammon