Por Diego Nascimento*
Ao lermos o mandamento de Cristo sobre o “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura*.” costumamos não ter a dimensão sobre a responsabilidade geográfica diante de nossos olhos. O planeta Terra tem 510 milhões de quilômetros quadrados, sendo que aproximadamente 30% desse total é composto pelos continentes que abrigam mais de sete bilhões de pessoas. Uma pequena fração desse número contempla os índios brasileiros, atualmente distribuídos em cerca de 220 etnias de norte a sul do Brasil.
O passado e o presente registram histórias de inúmeros desbravadores da Palavra de Deus, prontos a romper fronteiras para compartilharem as Boas Novas. Um dos exemplos é a Missão Caiuá, agência missionária que atua entre os indígenas desde 1928. Situada no município de Dourados, Mato Grosso do Sul, o grupo registra feitos incríveis que incluem a tradução da Bíblia para diversos dialetos, a criação de uma escola para alfabetização de adultos e diversos pontos de pregação da mensagem de Cristo.
A instauração do 19 de Abril como o “Dia do Índio” foi feita pelo então presidente Getúlio Vargas, com o propósito de reforçar a identidade do povo indígena no cenário brasileiro. Lamentavelmente a data é praticamente esquecida e, quando comentada, não ganha o destaque necessário. Foram muitas as atrocidades que cercaram esses povos desde a colonização portuguesa e diante disso pergunto: de que forma temos nos esforçado para que o Evangelho chegue à essas nações? A identidade missionária faz parte de sua vida?
O livro de Isaías, capítulo 6, verso 8 diz: “Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: “Quem enviarei? Quem irá por nós?” E eu respondi: Eis-me aqui. Envia-me!” Essa mesma pergunta é feita para você. De que maneira tem sido sua resposta a esse chamado? Ou você prefere agir como um mero espectador, a exemplo de alguns, terceirizando a responsabilidade do evangelismo?
Há diversas formas de participarmos de projetos desse tipo, mesmo quando nosso deslocamento físico é limitado. O autor de Atos dos Apóstolos, no capítulo 20 verso 24, enfatiza que quaisquer desafios não são capazes de ‘estacionar’ o coração de quem quer lançar a Semente: “Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus.”
Termino com uma sincera sugestão: separe alguns instantes de sua semana e ore pelos índios. Muitos têm feito um esforço incondicional para compartilhar da fé em Cristo em diferentes aldeias. Lembre que você pode “Ir” de várias formas, apoiando o projeto ou simplesmente colocando seus joelhos diante do altar de Deus.
*Marcos 16:15
- Diego Nascimento é presbítero da I Igreja Presbiteriana de Lavras (MG).