Adorei o convite que recebi de Dalva Sueli através de sua parceria com o Instituto Gammon e tentarei nessas linhas resumir um pouco do passado lavrense, “Terra dos Ipês e das Escolas”, do qual tive o privilégio de participar. “Como é bom recordar…”.
Gostaria de começar agradecendo aos meus pais Rufino Alves Costa e Victoria de Carvalho Costa, que sempre me apoiaram nos estudos.
Nasci e morei em Lavras até após o meu casamento em 1965. Sou filha de comerciante e tive 7 irmãos; destes, 3 estudaram no Instituto Presbiteriano Gammon. Tive uma infância maravilhosa, fomos criados com muito amor em uma casa junto ao comércio de papai que ficava na pracinha em frente ao Gammon.
Fiz o Ensino Básico neste colégio maravilhoso, onde tive excelentes professores: Martinho Senna, Nieta Macieira, Oswaldo Louzada Serra, Dona Marta Ribeiro, Prof. Waldir, entre outros.
Nessa época, nossos pais e professores eram extremamente exigentes, ninguém contestava a autoridade de um professor dentro da sala de aula, mas, apesar de todo o rigor, tínhamos oportunidade de participar de várias festas e bailes… ahh e tinham também os retiros literários, onde Ronaldo (saxofonista) e Azená (pianista) tocavam. Aguardávamos ansiosamente o Dia do Instituto (21 de agosto), período em que ocorriam os principais festejos. Ensaiávamos desde o início do ano com muita dedicação, buscando sempre fazer melhor e diferente a cada ano. Foi daí que surgiu a ideia de criarmos as balizas para abrilhantar ainda mais o nosso desfile, trazendo vida e alegria. O segundo passo foi conversar com a Profª Dona Edna e depois convencer Dona Abia Botelho.
Eu, Paula e Maria José fomos as três primeiras balizas do Gammon. Ensaiávamos de 2 a 3 horas por dia para conseguirmos fazer malabarismos, aberturas, etc.
Fiz o 3º e o 4º ano e ainda a Admissão na Escola Carlota Kemper, concluindo o Curso Primário, indo depois cursar o Ensino Básico e Contabilidade no Gammon.
Na minha juventude, trabalhei no escritório contábil do Isnar da Silva, onde adquiri muita experiência. Fiz parte da inauguração da agência (nova) da Volkswagen, onde trabalhei ajudando a organizar o escritório. Depois, fui trabalhar na Casa Mansur, no escritório de José Mansur (pai), Maurício e Edmon (filhos), ficando lá até o casamento.
Casei-me em 1965 com Geraldo Alves de Paula, meu companheiro há 52 anos.
Após o casamento, continuei em Lavras até 1969. Meu marido estudava à noite, e eu, para aproveitar o tempo, fui estudar no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, onde fiz até o 2º ano do Curso de Magistério, terminando-o em Campinas-SP, cidade em que fixei residência.
Nos intervalos entre trabalhar e estudar, ainda tinha tempo para praticar esportes, sendo jogadora de vôlei, meu esporte favorito, na Associação Atlética Ferroviária.
Tenho um casal de filhos: Leander e Evelyne, e quatro netos lindos: Brunno, Giovanna, Julia e Gabriel.
Continuo muito ativa e alegre, graças a Deus.
Adoro cinema, além de viajar e contar minhas histórias para os netos e amigos. Tenho muita saudade da minha terra natal.
Em 2011, senti muito prazer, alegria e emoção, ao ser convidada por Maria Angela para comemorar os 50 anos de formatura, juntamente com as colegas de Contabilidade.
Foi inesquecível o reencontro e muitos dos colegas ali presentes, não os via há mais de 50 anos. Fiquei feliz de poder rever depois de 50 anos a minha grande amiga Maria José, além de ter a oportunidade de homenagear o Prof. Louzada.
O desfile de ex-alunos foi só emoção…
Por isso é que nós gammonenses nunca esqueceremos os bons tempos, afinal, nós saímos do Gammon, mas o Gammon não saiu de nós.
Obrigada.
Nylsea Costa de Paula
Campinas-SP, agosto de 2017