Por Diego Nascimento
Na minha infância eu sempre assisti aos comerciais do Unibanco 30 horas e, a cada instante em que os vídeos eram veiculados, tentava fazer as contas para compreender como aquela empresa conseguia funcionar seis horas a mais do que a contagem de um dia normal. O que era mistério até os meus oito anos de idade se tornou claro quando ganhei maturidade e descobri que tudo não passava de uma estratégia de publicidade e propaganda.
O tempo passou e terminei a graduação, a pós-graduação e aos poucos fui ampliando a experiência no mercado de trabalho nacional e internacional. Novas responsabilidades foram chegando e parecia que 24 horas não eram suficientes para cumprir com todas as minhas obrigações. O resultado disso? Ansiedade! Essa emoção ou sentimento (entenda como quiser) tem se tornado um verdadeiro incômodo na vida de estudantes e profissionais das mais diversas áreas. Um estudo publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2017* aponta que o Brasil é o país mais ansioso do planeta (com cerca de 9,3% da população com algum transtorno vinculado a essa inconveniente companheira que insiste em rondar nossos planos).
Somos educados para o imediatismo. Prova disso é nossa agitação ao reiniciarmos um aparelho celular, um laptop ou qualquer outro sistema computadorizado. Os segundos de espera para abertura de um software ou leitura de uma mensagem no WhatsApp se tornam uma eternidade que traz sofrimento, angústia e descontrole (tem gente que fala até palavrão). E quanto mais essa “facilidade tecnológica” oferece comodidade assumimos novos compromissos que muitas vezes são desnecessários.
Sei do que estou falando. Tinha o péssimo hábito de ficar horas e mais horas CONECTADO quando, de fato, eu estava DESCONECTADO da realidade. Trabalhar é ótimo, estudar é excelente, mas há o tempo certo para tudo. A gestão equilibrada das atividades pessoais, estudantis e profissionais está ligada ao bom senso. Gosto de quem tem ambição (quer crescer na vida) e sabe que o mundo não irá acabar daqui a cinco minutos e faz o uso adequado de cada giro do relógio.
Graças ao soberano Deus fui sendo moldado para compartilhar com outras pessoas como encontrei a sintonia com a realidade e, por meio de palestras e artigos, cumprirei essa missão até o fim dos meus dias. E continuando a minha história … hoje pratico esportes (corrida diária), trabalho, estudo, escrevo artigos, ministro palestras, visito enfermos, ajudo na igreja, assisto bons filmes, ouço boas músicas, viajo e ainda sobra um tempinho para tomar café com biscoito. Que tal avaliar sua agenda e começar as mudanças? Tenha coragem e atitude!