Personalidade Gammonense – Alcione de Carvalho Moura

Amizades que fazemos,

No instituo vão

Nos ligando toda a vida.

Sempre existirão

Gammon, Gammon!

Com essa filosofia, através dos versos deste hino, o Instituto Presbiteriano Gammon chega aos 150 anos cheio de amigos! Isto, porque ao longo desse tempo, nunca deixou de manter contato com seus ex-alunos, promovendo anualmente em agosto, por ocasião de seu aniversário, encontros memoráveis.

Já participei de vários…

Sou Alcione de Carvalho Moura, filha de João Pereira de Carvalho e Waldette Rodrigues de Carvalho. Nasci em Lavras e minha família era numerosa! Meu pai tinha 6 filhos estudando no Gammon, um de meus irmãos Lauro de Carvalho, pôde estudar no Gammon até o curso superior ainda na década de 1950 se formando em Agronomia pela ESAL. Quando ainda era particular e pertencia ao Gammon, Lauro foi um grande atleta do professor José Lima.

Estudei no Gammon do primário ao científico, sendo uma gammonense apaixonada.

O instituto era dirigido por americanos que nos influenciavam com seus costumes, conhecimentos e hábitos. O reitor era Mr.Lawrence  G. Calhoun e a diretora do Kemper Miss Margaret L . Carnaham.

No primário, tive professoras maravilhosas! D.Nadir Alvarenga, D. Zely Carvalho, D. Juracy de Souza, D.Delva Emerich. Nesta época, o aluno que conseguia nota mensal acima de 9.0 em todas as matérias ficava na “Lista de Honra”. Como era boa aluna, sempre participava. Me lembro com saudades das assembleias (antes das aulas) e das festas de fim de ano, e como tinha uma veia artística herdada de meu pai estava sempre no palco do Martha Roberts e do Lane Morton participando de dança, teatro, poesia e etc…

Minha formatura 4° ano primário

O curso primário era no Kemper e tive colegas que me acompanharam até o científico. Minha formatura do curso primário se deu em 30 de Novembro de 1956, com grande comemoração no Lane Morton, dançamos Minueto.

Daí veio Admissão e depois o curso ginasial que também funcionava no Kemper, para as meninas e no campus chácara para os meninos. Nesta época poucas escolas na região possuíam cursos além do primário.

Assim, o Gammon referência nacional era a alternativa para os pais que buscavam qualidade, confiança e excelência em resultados. Prova disso, é que o internato feminino e masculino eram lotados. Tínhamos aula em período integral, com intervalo apenas para o almoço. Nossa grade curricular era bastante rica: Português, Matemática, História do Brasil, História Geral, Geografia, Inglês, Francês, Latim, Desenho Artístico, Desenho Geométrico, Canto, Religião, Puericultura,  Cozinha, Bordado e Custura, Educação Física e demais as quais não me recordam a memória.

2° científico Alcione, Rosa Maria , Taisa e Beth

Os professores eram brilhantes, competentes e grandes amigos . Como não lembrar de Waldir Azevedo, Almir de Paula Lima, Yone Fantazine, D.Rosinha, Juan Pedro de Oliva Paton, Nely Furberta, Ábia Botelho, D.Bida, Delva Emerich, Miss France, Edna de Campos Lima, Jeová Medeiros…

E depois de tantas atividades ainda treinávamos vôlei em alguns meses.

A coreografia da apresentação de ginástica para o aniversário do instituto, a casa de Samuel Rhea Gammon era minha segunda casa, as aulas de costura e bordado me inspiram por toda minha vida.

No fim do ano, havia uma exposição de trabalhos visitada pela comunidade. As receitas das aulas de cozinha e gastronomia americana ainda são utilizadas até hoje!

Ainda no andar de baixo do auditório Martha Roberts funcionava o curso de piano, onde estudei por vários anos, tendo como professora  D.Irene Carvalho.

3° científico Janice, Alcione,Jeová Medeiros, Rosamaria e Dâmina Zacki

Em 1960 estive interna no Kemper e apesar de ser bastante rígido, foi uma experiência que deixou saudades.

No curso científico, passamos a estudar na chácara Gammon e foram 3 últimos anos nesse inesquecível colégio! Aquelas alamedas floridas pelos flamboyants, aqueles gramados e prédios estarão sempre em nossas memórias. Assim como os colegas Rosamaria Moura Juste, Janice Guedes Carvalho, Ana Maria Carvalho Sousa, Taisa de Souza Hermeto, Vera Lúcia de Moura Delphim, Dâmina Záckia de Souza, João Oscar de Pádua Gonçalves, Paulinho Menicucci, Douglas Moraes, Sivany, Silas Costa Pereira, Oliveiro José Vieira e tantos outros, No ano de nossa formatura do 3 científico estava sendo iniciada a construção do prédio de aulas e participamos da solenidade de pedra fundamental, deixando nossas lembranças debaixo do prédio, como jornalzinho, assinaturas nossas e escritos. Assim vou usar o velho jargão “ A gente sai do Gammon, mas o Gammon não sai da gente”. Isto se comprova com a euforia dos ex-alunos com esta comemoração dos 150 anos, onde inúmeros grupos de várias gerações foram formados nas redes sociais, trocando fotos, mensagens, contando e relembrando suas épocas.

Em 1971 me casei com o também gammonense Ricardo Adolpho Menicucci Moura e tivemos duas filhas também gammonenses: Anna Christina de Carvalho Moura Pompeu, Engenheira Agrícola e mestra pela UFLA e Luciane de Carvalho Moura e Mello, Psicopedagoga pela UNILAVRAS. Temos quatro lindos netos: Sthefano, Lizz, Bianca e Luca.

Anna Christina 2° período Dia do Instituto
Anna Christina 3° período
Anna Christina 3° periodo
Luciane 1981 2° período

A família Menicucci de Ricardo foi homenageada pelo Instituto Presbiteriano Gammon em um almoço de aniversário.

Pelos ensinamentos do Gammon já se passaram inúmeros alunos que se destacaram pelo Brasil e no exterior, ocupando cargos muito importantes, como governadores, ministros, secretários de estado, deputados, senadores, reitores, pesquisadores, cientistas, prefeitos e etc…

Com muito orgulho registro aqui que o gammonense Silas Costa Pereira, meu sobrinho, foi o primeiro reitor da UFLA e também prefeito de Lavras. Minha querida irmã caçula e ex-gammonense exerceu cargos de Secretária do bem estar social do município de Lavras de 2001/2004 e em 2015/2018 foi eleita a primeira mulher em lavras como Deputada Federal, um dos mais altos cargos da república, exercendo com muita seriedade, honestidade e responsabilidade, deixando o maior legado que um político já trouxe para Lavras e região, ou seja, o mais avançado e completo hospital do câncer, entre outros muitos benefícios , honrando o que aprenderam nesse educandário humano.

Família Menicucci – Homenagem do Dia do Instututo

Como ensinar para vida é fundamental, e o Gammon sempre á frente de seu tempo, sabia que era preciso educar não apenas a razão mas também emoções e sentimentos que geram impulsos criadores capazes de intervenções no meio social e ainda a espiritualidade que ajuda a conferir sentido para a existência.

É por isto que através deste pequeno relato, estamos comemorando com grande entusiasmo, a expressiva marca de 150 anos neste amado educandário. “Dedicado a glória de Deus e ao progresso humano”

PARABÉNS GAMMON!!

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